27.2.09

Mais políticas erradas

Penalização da TSU nos contratos de trabalho a termo e recibos verdes, aumento dos salários da função pública de 2,9% e subida do valor do salário mínimo. Três propostas que deixaram muita gente contente e umas quantas preocupadas com o seu potencial efeito negativo no emprego, principalmente em cenário de crise.

Quanto ao salário mínimo pouco ou nada se voltou a falar e menos ainda parece estar para ser feito para minimizar os efeitos negativos da sua existência. A penalização da TSU já foi reconhecida, ainda que com carácter temporário, como um erro pelo próprio governo que a concebeu. Quanto aos aumentos de 2,9% nos salários da função pública este ano, uma das primeiras acções de campanha de José Sócrates, teria sido bom seguir o conselho do presidente do BCE, que disse que as “autoridades nacionais devem seguir políticas corajosas de contenção da despesa, especialmente no que se refere aos salários da função pública”. Precisamente o contrário do que por cá se fez...

Músicas da minha vida (3)

The Smiths - There is a light that never goes out

26.2.09

Ron Paul e o perigo da inflação: "Let's end the Fed!"

O Início da Macacada

Depois de ler este post do Rodrigo Ávila no NS, gostava de por na mesa uma questão interessante.
Muita gente questiona "se pessoas do mesmo sexo se podem casar, porque não me posso casar com um animal?" ao que se responde "porque um animal não tem personalidade jurídica".
O.K. Não estou de acordo com o casamento de homossexuais, mas estou de acordo com o argumento da personalidade jurídica.
Mas... E se o animal for um macaco? Ou gorila? Ou babuíno? Ou qualquer outro símio.
De acordo com estes senhores, o animal - sim, animal - só pode ser preso após um correcto processo legal. Ou seja? O que é que isto lhe dá? Sim! PERSONALIDADE JURÍDICA!!
Ou seja, de acordo com estes senhores, o casamento entre homem e símio, ou seja, entre hominídeos, seria possível...
Agora dizem-me "mas isso é um disparate pegado! Ridiculariza o casamento!".
E o casamento homossexual? É assim tão lógico? É que, se eu defender o casamento entre hominídeos, chamemos-lhe assim, todos pensam que perdi de vez a cabeça. Se eu entendo que, para mim, o matrimónio é, culturalmente, desde sempre, celebrado entre homem e mulher com o intuito de constituir família e que o casamento homossexual é uma moda recente, todos me chamam conservador e primitivo.
Por isso digo: já que têm o casamento homossexual, deixem que os Tarzans e Xitas dessa Espanha exprimam o seu amor livremente!

Leiam também nos seguintes blogs:

À Beira Mar Plantado

Always On The Phone

Políticas erradas

As medidas apresentadas pelo governo para a crise são, basicamente, salvo distracção minha, duas: linhas de crédito para as empresas e investimento público. Ambas erradas. Mesmo não sendo economista, não é difícil de reparar que estas medidas são erradas e que não resolvem os problemas. Pior, agrava-os. Ao contrário do que diz Guilherme de Oliveira Martins, Presidente do Tribunal de Contas, a aplicação do “método de tentativa e erro” é um disparate, e caro. Em determinados momentos mais vale não fazer nada do que correr o risco de fazer mal. E, neste caso, a alternativa é entre não fazer e fazer mal. O risco está de parte, porque o risco implicaria a possibilidade de fazer bem, o que não é o caso.

A solução das linhas de crédito, neste momento, com as empresas hiper-endividadas, é dar a corda aos que se querem enforcar. É dar a corda e passar o atestado de óbito de seguida. È um presente envenenado; senão, vejamos: as linhas de crédito são dívidas sobre dívidas. Por um lado, não resolvem o problema, porque à excepção de uma mísera parte que tem as contas mais ou menos em dia e aproveitará o dinheiro para investir em soluções sistémicas, por exemplo em I&D, na maioria dos casos servirá para pagar o que devem e protelar as dívidas; por outro, é uma forma de sugerir aos empresários, se forem espertos, que entreguem a empresa aos credores enquanto é tempo e fechem as portas. A entrada de dinheiro vivo vai alavancar ficticiamente o valor da empresa e dar aos empresários a possibilidade de saírem do negócio de peito erguido: entregam a empresa aos credores enquanto vale alguma coisa antes que chegue o dia da cobrança. Esta é a estratégia do “agiota da aldeia”: empresta dinheiro quando a pessoa já está com a corda ao pescoço e depois, como ela não pode pagar, fica com tudo. Isto é um grande negócio, só que não é para as empresas, principalmente para as PME´s que não têm como lutar de igual para igual com as grandes. É, isso sim, sem dúvidas, um grande negócio para a banca.

Relativamente ao investimento público é outro disparate que mais tarde ou mais cedo se vai pagar caro; e os actuais governantes do PS vão assistir da poltrona, aconchegados nas suas reformas abastadas ou nos seus novos cargos milionários. É protelar a crise no tempo. Acho que é da mais elementar prudência que os investimentos sejam feitos quando as instituições têm capital para os financiar, caso contrário, vão viver sempre com as calças na mão. O Estado Português não tem um chavo furado e mete-se a esbanjar dinheiro em obras públicas não prioritárias, favorecendo os amigos do regime. As empresas que vão lucrar são a meia dúzia de sempre, nomeadamente nos sectores da banca, da construção civil, talvez algumas empresas de base tecnológica e pouco mais.

Sabem o que me apetece dizer? Habituemo-nos. É que olhamos para o lado e não vemos nenhuma alternativa capaz de alterar este estado deprimente da governação. O PSD é outra face da moeda do PS, mas a mesma moeda. A esquerda folclórica e a esquerda ortodoxa são óptimas no seu púlpito oposicionista, mas já sabemos que só estão bem ai. O pessoal do pullover conservador e beato é isso mesmo: conservador e beato. É o nosso destino.

Para o Tiago e o Barbosa

Continuação de uma boa semana... :)

25.2.09

Obras públicas e criação de emprego

O recurso às obras públicas tem estado no topo das prioridades do governo para combater os efeitos negativos da actual conjuntura. Na boca do primeiro-ministro tal facto sai sempre como um dogma, uma solução única e inevitável para a resolução de vários problemas. Um deles, o desemprego. A propósito, recupero um texto que escrevi a esse respeito, aqui:
A ideia de baixar impostos, reduzir a despesa pública ou libertar a economia do peso do Estado nunca se afiguram, para o poder político, como boas soluções para uma animação económica. Em vez disso, recorre-se a outras iniciativas como o apelo às obras públicas. Mas se a obra pública é algo que emana da necessidade inequívoca em relação a determinada estrutura, por parte da maioria dos contribuintes – que a pagam –, então justificar a sua construção com a necessidade de criação de emprego, por exemplo, é subverter a ideia de partida. Normalmente, a desculpa da criação de emprego aparece para esconder a duvidosa utilidade da construção de determinado empreendimento.

Mais do que isso, acreditar que os empregos criados pelas obras públicas representam um aumento linear no número de pessoas empregadas é falsa. O dinheiro dos contribuintes gasto para criar um emprego no âmbito das obras públicas, é dinheiro que deixa de ser utilizado para gerar emprego noutra área qualquer. Bastiat explica isso muito bem.

Esse tal princípio muito em voga de que a obra pública, bem como a intervenção do Estado sob outras formas, é boa para a criação de emprego, acaba por ser disseminada pela totalidade das forças políticas quando recorrentemente colocam o ónus do aumento ou diminuição do emprego directamente do lado do Estado. Assim, quando a oposição acusa o governo de ser o culpado da alta taxa de desemprego e o governo promete criar um determinado número de empregos, a ideia keynesiana de que o Estado é um dos principais motores da criação de emprego ganha força. Legitimam-se, dessa forma, as obras públicas como prática não só aceitável como inevitável, em vez de se lembrar que o dever do Estado não é ser um agente activo, mas antes tornar-se passivo, dando mais liberdade de movimentos às empresas, elas sim, parte importante quando se trata de impulsionar a economia.

Aposto em destino

Ontem fiquei a saber porque é que o filme Slumgod Millionaire ganhou tantos premios. Fantastico. A não perder. Idem ver! Só a banda sonora vale a pena.

23.2.09

La vie en rose (3)

Kate Winslet. Pretty obvious, don't you think?

Amor com amor se paga

Segundo vem notíciado, José Socrates endereçou um convite a Hugo Chavez para estar presente no Congresso Nacional do Partido Socialista.
Após a total aniquilação da democracia na Venezuela com o prolongamento dos mandatos presidenciais e da utilização indiscriminada da imagem de Portugal na campanha do ditador venezuelano, assumindo por principio que o regime político vigente em Portugal seria o pretendido por Chavez com a vitória no referendo, Sócrates não só se escusou de distanciar do Presidente da Venezuela como agora o receberá em apoteose na reunião magna dos socialistas.
O mais grave é o total afastamento dos portugueses destes comportamentos vindos do seu Primeiro-Ministro. A imagem de Portugal sai a perder, tal como a liberdade e a democracia que muitas vezes o Partido Socialista, erradamente, se acha legitimo herdeiro.

Ja que estamos em Tesourinhos...

Critiquem o que quiserem mas, na verdade, eis como se deve comportar um Senhor na política:

22.2.09

Politica no seu melhor!

Hoje estou numa de "tesourinhos" !

Obras de Engenharia by José Sócrates