Há dias falava com uma amiga que, devido à sua afinidade partidária, eu julgava ser a favor da nova lei da paridade. Enganei-me. Mais do que a identificação política, a sua inteligência e o facto de ser mulher ter-lhe-ão permitido perceber a idiotice da lei.
Nela (a lei) preocupam-me o menosprezo da mulher que implicitamente é feito como se fosse uma minoria (quando na verdade acontece o oposto), o papel discriminatório gritante em relação ao homem e, claro, o esquecimento do mérito e da capacidade política como primeiros requisitos.
Mas uma consequência tão ou mais grave, de que nem sempre se fala, são estes tiques de autoritarismo com que o Estado impõe regras que limitam de forma inaceitável a liberdade, neste caso a dos partidos políticos, em nome de uma igualdade à força que apenas descredibiliza, ainda mais, a actividade política.
Também a mim me custa ver tão fraca intervenção de mulheres na política (curiosamente uma palavra feminina). E, por isso, julgo que seria pertinente, isso sim, fazer uma análise profunda, no interior dos partidos, acerca das razões pelas quais elas não são motivadas a participar na política activa, e que cada um tentasse debelar o problema da maneira que achasse mais conveniente – se achasse conveniente.
Já agora, porque não se criam quotas para negros, para estrangeiros, para cidadãos com menos de 25 anos ou com mais de dois metros de altura?
4 comentários:
Estou de acordo com a cota para negros a fim de reflectirmos na nossa vida politica a presença de tantas comunidades vindas dos nossos PALPs.
Talvez com os negócios com Angola cheguemos lá por outra via.
Apesar de entender a importância de aproximar as mulheres da vida política e incentivar a sua participação, esta lei acaba por ser discriminatória e por em causa as verdadeiras qualidades da mulher. (Por isso concordo com a tua amiga).
Apesar de muitas mulheres serem militantes activas e empenhadas, quando são solicitadas para integrar listas são pelo seu valor ou apenas para cumprir as quotas? Pois…
Ao irmos colocar na ordem do dia leis discriminatórias e pensar na mulher como apenas um numero e não pela sua qualidade como individuo... então há que "quotizar" toda a sociedade Portuguesa!
Concordo com a Ana Leite mais deixem-me acrescentar um comentário um tanto ou quanto machista mas que não deixa de ter o seu Que? de real... e as que são solicitadas por outro tipo de qualidades e valores ou "ajudas"!
Acho uma palhaçada haver leis que ditam quotas. Seja para mulheres como para o leite, por exemplo.
Quando vamos ao mercado, e vamos em busca de fruta, procuramos qualidade na quantidade existente. Se existe mais quantidade, mais dificil será a escolha da qualidade. Quanto maior quantidade produzida, melhores terão de ser as condições em que o produto chega ao mercado para ser vendido e competir com outros do mesmo tipo.
Adaptando à política, as mulheres se querem entrar na salada, que seja pela determinação e qualidade que têm, e pelo que podem contribuir para o melhor do país.
Para percentagens já chega o PIB, o IVA, o desemprego, o endividamento, e outros.
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