2.3.09

Guiné Bissau, um Estado abandonado

Há até quem diga um Estado falhado. Custa-me muito considerar Estados falhados.
No entanto, as condições geográficas, económicas, políticas e militares e a sua história recente são um autentico case study de como um Estado falha redondamente. No entanto, o grande problema da Guiné Bissau é muito fácil de se encontrar: são as suas forças armadas. Não restam dúvidas que as Forças Armadas Guineenses tem, ao longo dos últimos 30 e poucos anos, sido o centro da instabilidade política que o país sempre teve.
Claro que o facto de ser um país de difícil acesso, de solos pouco ricos, de ser um país de narcotráfico, de não ter instituições preparadas, de não ter infraestruturas afectam muito a sua estabilidade. No entanto, as forças armadas, que nunca tiveram uma transição para o modelo democrático, o que fez com que ficassem em regime de "permanente estado de guerra", passando a expressão.
A meu ver, neste momento a situação da Guiné Bissau, está nas mãos da Comunidade Internacional que tem de decidir se acredita num Estado viável ou se deixa cair a Guiné. As coisas tem de correr dentro dos trâmites legais, o presidente da Assembleia Nacional é o novo Presidente da República e deve convocar eleições nos próximos 60 dias. O governo é legítimo, foi eleito através dos procedimentos legais, mas isto não chega para aguentar a Guiné.
A União Africana e a CPLP tem de ter um papel interventivo criando uma rede de protecção a volta da Guiné de modo a conseguir criar as instituições e estruturas suficientes para o Estado ser viável, a começar pelo narcotráfico e pela "democratização" e "apaziguamento" das forças armadas.

1 comentário:

manuel gouveia disse...

Ias bem até mencionares a CPLP...