18.4.09

Sobre a minha visita a Moçambique: telecomunicações

No nosso país existe um enfoque muito grande na situação angolana, de tal forma que países como Moçambique, que tive a oportunidade de visitar e conhecer esta Páscoa, fiquem de algum modo ofuscados por essa primazia informativa que é atribuída a Angola.

Não é preciso grande capacidade de entendimento para perceber que em Moçambique está a ser travada uma batalha de duas empresas de telecomunicações: a MCel (100% capitais moçambicanos que aparentemente domina 70% do mercado) e a VodaCom (empresa pan-africana em que Vodafone detém 50%).

Aquilo que me apercebi, é que num país em que existe tanta pobreza, tantas pessoas sem perspectivas na vida, gente que mora em palhotas sem água e nem luz, ou que consome electricidade mediante pré-pagamento, estas duas empresas pintam as suas cores praticamente em todo lado e estão de tal forma empenhadas na disseminação das telecomunicações que, a título de exemplo, por cada telemóvel comprado chegam a oferecer outros três totalmente de borla.

Não nos podemos esquecer que os telemóveis estão longe de ser uma necessidade básica, pelo que toda esta situação não deixou de me chocar: se as pessoas não têm dinheiro para comprar uma casa decente, para se vestirem sem ser com farrapos, para se instruirem devidamente, qual a serventia ou verdadeira necessidade de um telemóvel que não podem, a priori, sustentar?

Para mim, este é um novo tipo de colonização, de exploração indevida: a investida das empresas pelo continente africano em busca de enriquecimento.

1 comentário:

manuel gouveia disse...

Para mim, este é um novo tipo de colonização, de exploração indevida: a investida das empresas pelo continente africano em busca de enriquecimento.

E nos outros sítios?