16.2.09

Medicina no privado

Parece que faltam médicos em Portugal. A ministra Ana Jorge anunciou que o ministério a que preside está a estudar uma forma de recolocar médicos reformados, com menos de 70 anos, no activo. Mas porque não tentar resolver o problema deitando mão a uma faixa etária mais baixa? Porque não acabar com as idiotas barreiras à formação de médicos promovidas pela Ordem dos Médicos com total conivência do Ministério da Saúde? Ele é “numerus clausus” apertados, médias de entrada elevadas e inibição da oferta privada de cursos de medicina. Tudo obstáculos mais do que evidentes.

A questão da falta de oferta privada de cursos de medicina parece-me particularmente relevante, e sofre em Portugal de um tabu preocupante e um preconceito inaceitável. Afinal, o que se perderia em ter oferta de cursos privados que, naturalmente, se comprometessem com os requisitos mínimos exigidos aos públicos, e que funcionassem nos mesmos moldes que as outras instituições privadas? Nada.

E, mais do que ser uma arma contra a dita falta de médicos ou para esbater o mesquinho sentimento corporativista que assola a área, a possibilidade de abertura de cursos de medicina no privado configura uma simples questão de lógica, uma vez que na área da saúde existe oferta privada para lá do SNS, e em termos universitários, a generalidade dos cursos vive bem com a concorrência entre instituições públicas e privadas.

2 comentários:

Daniel Santos disse...

Já agora, porque razão não se distribui melhor os médicos, nem que seja com incentivos financeiros?

E porque não melhores condições para eles não fugirem para o privado?

MM disse...

Bom texto.