20.2.09

Porto sentido

Tenho a infelicidade de votar num concelho onde as eleições autárquicas não conseguem despertar grande interesse. Não só porque, há anos, o poder se encontra na posse dos mesmos, mais lugar menos lugar, mais cunha menos cunha, mas principalmente pela mediocridade dos actores e da discussão política. Numa cidade de branda gente, uma meia dúzia de cartazes e uns quantos cortes de fita em inaugurações variadas, com especial atenção às rotundas – um must na praxis de qualquer autarca português – dão um pouco de colorido a uma cidade que os partidos pintam, politicamente, de cinzento.
Por isso prefiro acompanhar disputas eleitorais a sério. Apesar da curiosidade em relação ao desfecho lisboeta, confesso que é no Porto que concentro o meu maior interesse. Perante aquele que considero ser o melhor exemplo de liderança autárquica do país, apresenta-se uma candidata que, à falta de argumentos palpáveis, traz consigo uma vaga de apoio e de esperança que só a pode deixar animada. Embora ache que, para quem arruma um Fernando Gomes abençoado pelo Pintinho, ganhar a Elisa Ferreira é como limpar o rabinho a meninos, estou curioso para ver o que vai dar esta disputa.

2 comentários:

Nuno Silva disse...

O Porto vai ser uma boa luta, e não será tão fácil como parece...no entanto Elisa Ferreira parece já ter dado uma vantagem a Rui Rio, será candidata ao Parlamento Europeu.
O Porto já proveu, entre outros com Fernando Gomes, que não gosta de "traições"!!! E também por isso, o nome de Elisa Ferreira não é consensual no seio do PS Porto.

Manuel Oliveira disse...

Não, eu acho que o eleitorado portuense ficou comovido pela insistente afirmação de "independência" da candidata... Independência acima de tudo, principalmente se se perder ;)