19.2.09

TSU e Salário Mínimo

Só o governo socialista para perceber com tamanho atraso que as penalizações na Taxa Social Única na contratação a prazo e a recibos verdes impostas no novo Código do Trabalho teriam efeitos ao nível do desemprego. Contaminados por uma espécie de fobia em contratar, devido à grande rigidez laboral portuguesa, os empresários vêm no chamado trabalho precário – para lá dos casos de notório abuso – uma saída para acautelar consequências futuras das contratações. Mais do que nunca, em tempo de crise, um emprego dito precário deve ser encarado como sendo melhor do que emprego nenhum. Os trabalhadores e empregadores sabem disso e, felizmente, o governo parece agora começar a perceber. Desincentivar a contratação, ainda que nestes termos, é incentivar o desemprego.

No entanto, muito provavelmente, ninguém conduzirá este raciocínio até ao aumento do salário mínimo recentemente anunciado, que terá efeitos semelhantes no mesmo tipo de contratos. Se um aumento de 25 € parece não ser muito, pode ser a diferença que vai entre a renovação de contratos a prazo ou a pura e simples dispensa de trabalhadores. Ou seja, em vez de se ganhar mais algum dinheiro, há gente que passa a não ganhar nenhum.

1 comentário:

Daniel Santos disse...

É preferível um trabalho temporário do que não ter nenhum.